“(...) Nas margens das Terras do Demo, esta terra, tem às vezes, ares de paraíso (...).” - Aquilino Ribeiro, in Terras do Demo

Altaneira à estrada que liga Moimenta da Beira a Vila Nova de Paiva, a cerca de 800 m de altitude, desenvolve-se a graciosa Granja do Paiva, cujo nome lhe advém da sua condição longínqua de aí existir uma exploração agrícola ligada a instituições monásticas e do “seu” Paiva que lhe fertiliza as terras.

A receber-nos está a capela de São Barnabé, as diversas alminhas e o calvário, composto por três cruzes; as necrópoles de Laja Velha e de Abrengueira, com as suas sepulturas escavadas na rocha; as fontes de água fresca e límpida; os ancestrais espigueiros e o forno comunitário onde se cozia o primoroso pão, bem como os marcos de granito que assinalam a antiga posse de propriedade pela Universidade de Coimbra.
Granja do Paiva possui ainda um magnífico património arquitetónico tradicional, sendo disso exemplo as habitações e os diversos muros de divisão de propriedade.

A casa típica, edificada com recurso à matéria-prima local, é composta por dois pisos, apresentando telhados de duas águas, cobertos por telhas de meia cana, e cunhais e ombreiras construídos com grandes blocos de granito. Na “loja” (rés-do-chão) armazenam-se os produtos agrícolas e resguardam-se os animais, e, no piso superior, acessível por uma escadaria externa em pedra, desenvolve-se a habitação familiar.

Quanto às festividades, e tendo como padroeira a Nossa Senhora da Corredoura, as liturgias religiosas continuam igualmente presentes, sendo solenizado todos os anos São Barnabé, no dia 18 de junho, assim como Nossa Senhora, no feriado de 15 de agosto, com uma importante procissão.